Com a proximidade das festas, comuns na nossa cultura os encontros com familiares e amigos, podem gerar ao invés de alegria, um grande desconforto.
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Isso acontece com você? Se sim, porque? Já aconteceu de você se sentir constrangida porque a amiga da vizinha da sua mãe reparou que você repetiu a massa ou seu tio após beber umas e outras disse que homem tem que ter aonde pegar e que você precisa comer mais, ou ainda sua avó reclamou porque você não comeu as rabanadas que ela só fez porque sabia que você iria gostar? E o que isso tem a ver com o que chamamos de controle inibitório e flexibilidade cognitiva?
O controle inibitório e a flexibilidade cognitiva são descritos por algumas vertentes da neuropsicologia como parte do que chamamos de Funções executivas. As funções executivas, são parte da nossa cognição e tem como propósito a regulação do comportamento e do pensamento, ela nos ajuda em como tomar decisões, planejar, estabelecer metas e executa-las, entre outras coisas.
O modelo que citei acima, descreve que as funções executivas são formadas basicamente por três núcleos, mas hoje falaremos somente de dois:
O controle inibitório é o que nos ajuda a inibir comportamentos e respostas desadaptativas ou desagradáveis por exemplo, se autorregular, controlar os impulsos conforme o ambiente sugere de acordo com as regras, normas e valores aprendidos e desejos.
A flexibilidade cognitiva tem como função ser nossos óculos e nos fazer enxergar uma nova forma de receber a informação que chega aos nossos sentidos é a capacidade de conseguir lidar com elas de uma maneira diferente, mudando a nossa perspectiva, ampliando nosso pensamento, e buscando melhores possibilidades.
Conforme envelhecemos, sob efeito de álcool e drogas, e até podemos pensar em transtornos do neurodesenvolvimento, como TDAH, TEA, e afins, perdemos capacidade de funcionamento das funções executivas e, portanto, dos nossos amiguinhos descritos acima. Então, a amiga da vizinha da sua mãe, seu tio e sua avó não necessariamente são somente pessoas desagradáveis, embora também possam ser, já que vivemos em uma sociedade que está aprendendo a se relacionar com a comida e com corpo, mas podem estar apresentando falhas no controle inibitório.
Certo, e eu que foi ofendida, constrangida e me senti muito mal com tudo isso faço o que?
Eu, me cuido, eu me permito fazer uso da minha flexibilidade cognitiva, e começando me lembrando que umas das coisas que normalmente as pessoas que não tem flexibilidade tem como se fosse um apêndice do corpo é a ideia de perfeccionismo. E aí seguem algumas dicas:
1- Seja flexível ao invés de rígido, as pessoas repetem coisas que ouvem, nem sempre colocam significado, ou realmente acreditam no que falam;
2- Troque o medo de errar pela curiosidade de aprender, certamente a festa terá muitas outras histórias e falas que te enriqueceram foque nessas;
3- Pessoas excelentes também falham, e temos que viver um dia de cada vez.
4- O desconforto faz parte da jornada, assim como os acertos e conquistas;
5- Nem tudo é sobre você, nem tudo ou sobre seus resultados, sejam eles bons e ruins, as pessoas também passam por dificuldades, e momentos que não contam.;
6- Entre o 0% e o 100% existem infinitas possibilidades validadas a serem testadas;
7- “E se...? é uma hipótese, e não a realidade de fato. E nós da UNITRATA estamos aqui para te apoiar nesse caminho;
8- Menos regras autoimpostas a serem cumpridas e mais vida a ser vivida de uma maneira diferente;
9- O sucesso é a soma de todos os nossos erros e acertos que nos leva a conquista que tanto desejamos;
10- Suficiente é o seu melhor de hoje, trabalhando com os recursos disponíveis hoje e respeitando sua energia hoje.
Por Gabriela Nunes - psicóloga
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